Eventos adversos (EAs) são definidos como complicações indesejadas decorrentes do cuidado prestado aos pacientes, não atribuídas à evolução natural da doença de base.
A gestão de risco tem se tornado um tema fundamental no ambiente hospitalar, devido as inovação e tecnologias que trazem evolução na prática assistencial, trazendo complexidade ao trabalho dos colaboradores da saúde. O trabalho da gestão de risco é justamente a identificação e avaliação desses riscos, bem como o desenvolvimento de estratégias para evitar os eventos adversos. É necessário ações de prevenção, controle e diminuição desse impacto.
Dados sobre a ocorrência de eventos adversos e o custo deles para o sistema de saúde ainda são alarmantes. Em média 10% das admissões hospitalares são afetadas e constituem atualmente um dos maiores desafios para o aprimoramento da qualidade na área da saúde: a sua presença reflete o marcante distanciamento entre o cuidado ideal e o cuidado real. Cabe ressaltar que 50% a 60% dos EAs são considerados passíveis de prevenção.
No hospital, o centro cirúrgico (CC) é um ambiente onde ocorre grande parte dos eventos adversos. Devido à alta complexidade dos procedimentos, a assistência, a equipe de enfermagem ao paciente cirúrgico, é essencial para a segurança do paciente.
A segurança do paciente é dever de todos os profissionais da saúde, inclusive da equipe de enfermagem, que tem papel primordial na prevenção da ocorrência dos EA. A equipe de enfermagem é responsável pelo preparo do paciente, desenvolvendo e estabelecendo cuidados específicos para cada tipo de cirurgia e planejados de acordo com a individualidade de cada paciente. Cuidados esses que incluem orientação adequada sobre o procedimento a ser realizado, preparo físico e emocional, administração de pré-anestésico, quando prescrito, e encaminhamento do paciente até o CC, dentre tantas outras atribuições.
Relatos de incêndios e queimaduras tem sido publicado, porém subnotificados, prejudicando ações de prevenção. Essas subnotificações estão constantemente relacionadas à falta de compreensão sobre a importância da notificação, além do medo dos profissionais sobre punições, ou serem envolvidos em erro cometido e suas consequências graves, podendo camuflar a totalidade dos eventos adversos.
Fogo durante um procedimento cirúrgico é um evento raro, prevenível, mas que continua ocorrendo nos dias atuas, levando a sérios e graves consequências. Se a queimadura ocorrer em via aérea, pode levar a uma internação prolongada e até morte do paciente. Esta complicação, além de colocar a vida do paciente em risco, expõe a equipe cirúrgica e anestésica a lesões graves e/ou a problemas éticos e legais.
Várias lesões podem ser causadas por eletrocautérios, as queimaduras são as mais frequentes e temidas. Na eletrocirurgia, a modalidade mais usada atualmente, a corrente elétrica, é produzida por um gerador echega ao corpo do paciente por um eletrodo ativo, age nos tecidos-alvo e sai através de um eletrodo neutro. Essa corrente elétrica, ao encontrar a resistência do tecido humano, é transformada em calor e determina os efeitos terapêuticos, conhecidos como corte ou coagulacão. É usada a placa neutra para proteção, afinal no circuito a corrente sai através de um eletrodo neutro, que é a placa de dispersão ou eletrodo neutro, e retorna à unidade eletrocirúrgica, formando um circuito isolado, sem necessidade de aterramento.
Atualmente, a utilização da clorexidina alcoólica para antissepsia no preparo de pele do paciente cirúrgico é indicado para prevenção de Infecção de Sítio Cirúrgico, presentes nos mais importantes guidelines e manuais de prevenção de IRAS. O modo de usar do produto é aplicar com ajuda de uma pinça e gaze estéril embebido, aguardar secar e proceder o procedimento invasivo, como a incisão cirúrgica.
Pela presença de álcool no teor de 70% na composição, a clorexidina alcoólica possui risco de queimaduras e incêndios caso a solução não seja usada adequadamente ou confundida com outra solução incolor. Alguns exemplos a seguir evidenciam os riscos: não aguardar o tempo de secagem pode provocar a combustão na presença de gerador de calor, com o uso associado do BE, uso de solução fisiológica a 0,9%, por exemplo no tratamento cirúrgico da peritonite, que indica como melhor técnica a lavagem intensa com solução salina para irrigar a cavidade abdominal, ocorrer a confusão de uso e isso causar um evento adverso grave, como lavar a cavidade com solução alcoólica.
A presença de coloração na solução alcoólica de clorexidina destaca a presença do componente alcoólico que tem um potencial risco inflamável. Diante disso é imprescindível a presença de um corante na solução alcoólica evidenciando a distinção dessa solução das demais soluções incolores.
Conclusão
Por ser um ambiente de alta complexidade e alta rotatividade, o centro cirúrgico e toda a equipe assistencial envolvida deve estar atenta aos fatores que podem prejudicar a segurança do paciente, realizando os processos para prevenir e evitar o evento adverso, todos evitáveis. A vic pharma by schülke tem como missão proteger vidas em todo o mundo, buscamos apoiar as instituições de saúde no gerenciamento de riscos apresentando soluções, produtos, apoio técnico, embasamento científico e treinamentos para que a equipe assistencial consiga evitar e promover a cultura de segurança, proporcionando assim um ambiente saudável, cada vez mais livres de riscos e erros.
Referências
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