A pele dos recém-nascidos é frágil, com barreira epidérmica imatura, isso pode facilitar a ocorrência de infecções e lesões. Em decorrência disso, a escolha dos antissépticos adequados é importante para, além da prevenção de infecção, proteger dos danos à pele dessa população.
Alguns artigos apontam a clorexidina como o melhor ativo, porém a escolha do veículo é crucial para a prevenção de lesão de pele em recém-nascidos. Iremos abordar esse tema adiante.
- A melhor escolha dos antissépticos e suas concentrações:
Em um artigo de revisão sobre o uso de antissépticos em unidade de terapia intensiva neonatal, foram apresentados os produtos mais utilizados, vantagens, desvantagens e evidências de eficácia e segurança.
1. Clorexidina (CHG):
Demonstrou eficácia contra bactérias Gram-positivas e Gram-negativas, incluindo Staphylococcus aureus e Pseudomonas aeruginosa. Apresenta efeito residual prolongado, mas há preocupações com toxicidade em prematuros. O uso em meio aquoso é mais recomendado.
A concentração de 1% de CHG aquosa mostrou-se eficaz para desinfecção da pele antes da coleta de hemoculturas em neonatos ≥1500g.
Já o uso da concentração de 2% CHG em 70% alcoólico é amplamente recomendado para desinfecção antes da inserção de cateteres em adultos e crianças, mas atenção, seu uso em prematuros ainda é controverso devido ao risco de absorção e toxicidade.
2. Iodopovidona:
Efetiva contra uma ampla gama de microrganismos, mas apresenta risco de absorção sistêmica e pode causar disfunção tireoidiana em neonatos prematuros. A concentração de 10% (equivalente a 1% de iodo livre) é a concentração mais comum. Apresenta o alerta para o risco de absorção sistêmica, especialmente em prematuros, podendo causar disfunção tireoidiana. O uso é restrito em neonatos de muito baixo peso devido ao risco de hipotiroidismo.
3. Álcool:
Atuação rápida contra microrganismos, mas não tem efeito residual e pode causar irritações cutâneas. Concentração entre 60% e 80% é considerada a mais eficaz para ação antimicrobiana. Não possui efeito residual e pode causar queimaduras químicas, especialmente em prematuros extremos. O artigo alerta para casos de absorção sistêmica e toxicidade em neonatos.
4. Octenidina:
Possui amplo espectro antimicrobiano e efeito residual prolongado, sendo bem tolerada. 0,1% a 2%, geralmente combinada com fenoxietanol ou propanol. Estudos indicam que a 0,1% octenidina combinada com 2-phenoxyethanol pode ser eficaz na descolonização da pele neonatal.
O artigo menciona um estudo que relata baixa toxicidade sistêmica, mas ressalta a necessidade de mais pesquisas clínicas em neonatos.
Conclusão:
Produtos alcoólicos podem causar queimaduras químicas, enquanto a iodopovidona, pode afetar a função tireoidiana.
A clorexidina (CHG) é a opção mais estudada e recomendada, sendo eficaz contra uma ampla gama de patógenos e apresentando efeito residual. No entanto, há preocupações quanto à toxicidade, especialmente em prematuros, e em preparações contendo veículo alcoólico por causar danos à pele.
Iodopovidona tem boa ação antimicrobiana, mas seu uso é limitado devido ao risco de toxicidade sistêmica, principalmente em neonatos de muito baixo peso.
Octenidina surge como uma alternativa promissora, pois tem boa atividade antimicrobiana e efeito residual prolongado, sem os mesmos riscos da clorexidina e iodopovidona.
Ainda não há um consenso definitivo sobre qual antisséptico é o mais seguro para neonatos. A clorexidina é amplamente usada, mas requer mais estudos para avaliar riscos em prematuros. A octenidina pode ser uma alternativa viável.
Há mais de 30 anos, a Schülke desenvolveu a molécula Octenidina, e a Vic Pharma by Schülke através da transferência de tecnologia, trouxe ao Brasil o primeiro produto à base dessa molécula: o octenisan.
Apresentamos o octenisan wash lotion, nossa solução avançada para higiene das mãos e descolonização de pele. O octenisan é indicado para a descolonização de microrganismos multirresistentes em pacientes. Para a higiene das mãos, é indicada especialmente para as áreas críticas, como UTIs e centros cirúrgicos. O octenisan se diferencia da clorexidina, oferecendo:
– Maior eficácia na descolonização, incluindo bactérias multirresistentes.
– Hidratação superior, protegendo a pele, especialmente em lavagens frequentes.
– Zero resistência microbiana após o uso, um avanço significativo em relação à clorexidina, que já apresenta casos de resistência.
– Ideal para banho pré-operatório.
octenisan wash lotion:

CHLORCLEAR 1% Aquosa:

CHLORCLEAR 2% Aquosa:

Referencias:
- Centers For Disease Control And Prevention (CDC). Guideline for Prevention of Infections in Neonatal Intensive Care Unit Patients: Staphylococcus aureus. Atlanta: CDC, 2020. Disponível em: https://www.cdc.gov/infection-control/media/pdfs/Guideline-NICU-Saureus-H.pdf.
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