A sustentabilidade é um assunto muito discutido atualmente, pois é necessário o equilíbrio da produção dos bens e o impacto ambiental. E no ambiente hospitalar não é diferente, é necessário implementar ações em todos os setores. Nessa newsletter vamos abordar ações que podem ser tomadas na Central de Material e Esterilização (CME) e no Centro Cirúrgico.
Alguns artigos abordam esse tema, a preocupação com a economia de recursos e o gerenciamento dos resíduos, tem sido foco das ações das instituições de saúde, ações como desenvolvimento de políticas ambientais e criação de equipes responsáveis pela gestão ambiental, são cada vez mais recorrentes.
No centro cirúrgico, algumas práticas sustentáveis têm como objetivo promover a conservação de recursos naturais, a redução de resíduos e a minimização da pegada de carbono associada aos procedimentos cirúrgicos. A reutilização de instrumentais cirúrgicos, onde muitos deles podem ser reprocessados e esterilizados, reduz o desperdício de materiais e recursos associados à fabricação de produtos descartáveis.
Há um alto consumo de papel, papelão, plástico e vidros utilizados no ambiente cirúrgico, para a realização de procedimentos cirúrgicos. Pode-se adotar medidas que auxiliam na redução de volume de resíduos gerados e descarte, na prática isso pode ser viável através da aquisição de materiais que são recicláveis, ou mesmo que possuam embalagens mínimas que sejam projetados para serem reciclados ou reutilizados após o uso.
A segregação de material e o descarte correto são realizados pela equipe de enfermagem nesses setores, por isso o treinamento é a principal ferramenta para essa estratégia sustentável ter sucesso.
O uso consciente da água é uma medida importante para uma atitude sustentável, buscar adquirir produtos que são eficazes e proporcionam menor uso desse recurso, como a troca das escovas cirúrgicas pela preparação alcoólica cirúrgica das mãos, além de mais eficaz, são mais econômicas.
A Central de Material e Esterilização, setor responsável pelo processamento de todos os produtos para a saúde, tem em sua cadeia de suprimentos uma complexidade relacionada ao tipo de material e à necessidade de manter a segurança no processamento.
A CME tem alto consumo de água nos seus processos. Esse consumo refere-se às etapas de: preparo inicial, lavagem mecânica, lavagem manual, lavagem automatizada na ultrassônica e termodesinfecção e pôr fim à esterilização. A esterilização tem consumo alto de água em todas as suas etapas e em alguns ciclos. Em um artigo sobre hospitais com serviços voltados para saúde da mulher, tem consumo mensal de água é de 255.300 litros.
Em geral, a principal medida de economia de energia e água se dará pelos ajustes de equipamentos para que seus ciclos evitem o consumo excessivo de água e energia elétrica. Novos equipamentos e políticas de reuso devem ser considerados.
Existem ações específicas que somente a CME pode realizar, como o tratamento, com limpeza, esterilização dos explantes antes do descarte e descaracterização, a fim de proteger o meio ambiente de contaminação e eliminar o risco do reuso desse tipo de artigo. Considerar empresas que proporcionam a logística reversa e apoio na gestão da sustentabilidade como fornecedores de produtos.
Conclusão:
A gestão ambiental nos serviços de saúde deve planejar e executar ações para melhorar o desempenho ambiental, incluindo a elaboração e implantação de um manual com metas e indicadores de eficiência, bem como o resultado, afim de informar as equipes a importância das boas práticas sustentáveis que estão sendo realizadas.
O enfermeiro exerce um papel fundamental na sustentabilidade ambiental, não somente na gestão dos sistemas de saúde, mas também na assistência. Por isso, ações educativas e de educação permanente devem ser estimuladas, pois proporcionam o sucesso das medidas sustentáveis.
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Referências:
JACOBI, P.R.; BESEN, G.R. Gestão de resíduos sólidos em São Paulo: desafios da sustentabilidade. Estud. Av., v. 25, n. 71, p. 135 – 158, 2015. https://doi.org/10.1590/S0103-40142011000100010» https://doi.org/https://doi.org/10.1590/S0103-40142011000100010
Laranjeira, P. R., Bronzatti, J. A. G., Souza, R. Q. D., & Graziano, K. U. (2019). Pacotes molhados: o aumento do tempo de secagem aumenta o consumo de água (recurso natural escasso)? Acta Paulista de Enfermagem, 32, 101-105. https://doi.org/10.1590/1982-0194201900014
Sousa, M. Batista, L. Silva, M. Daú, G. Canto, K. Santos, S. Silva, L. Oliveira, G. Paiva, J. Silva, I. Sustentabilidade na Central de Material e Esterilização. Research, Society and Development, v. 10, n. 11, e328101118901, 2021 (CC BY 4.0) | ISSN 2525-3409 | DOI: http://dx.doi.org/10.33448/rsd-v10i11.18901
BRASIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Manual de
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